O Banco Mundial emitiu, há poucos dias um relatório denominado “ Um ajuste justo: Análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil”. Nesse relatório, o Banco conclui:


O ajuste necessário das contas públicas representa um grande desafio para o País: é preciso prepará-lo para assegurar um ajuste socialmente justo. Identificamos vários programas do estado brasileiro que são bastante ineficientes e que em vez de reduzir a desigualdade, contribuem para aumentá-la,” explica o economista-chefe do Banco Mundial para o Brasil e principal autor do relatório, Antonio Nucifora. “É preciso reformar a previdência, porque ela é o motor do desequilíbrio fiscal e ainda mais porque o sistema previdenciário brasileiro é altamente injusto. Os salários dos servidores públicos federais são excessivamente altos e contribuem para a desigualdade. E as políticas públicas de apoio ao setor privado, que custam um valor equivalente a 4,5% do PIB, parecem não ter retorno positivo para a sociedade”.


Apesar do Banco Mundial posar como um banco de desenvolvimento. na realidade ele é um banco como outro qualquer que vive de emprestar dinheiro aos países pobres e em desenvolvimento. Dinheiro pago com juros. Dinheiro que vem dos Estados Unidos. De Wall Street.


Esse relatório é, na verdade, um recado dos poderosos de Wall Street, a quem interessa inserir cada vez mais o Brasil no mercado das empresas transnacionais. Para comprar barato as empresas brasileiras e lucrar cada vez mais é necessário ter um ambiente propício à especulação. A questão previdenciária para eles é necessária pois, além de diminuir o custo do Estado, será a forma adequada para abrir o mercado às empresas seguradoras americanas. Isso já foi tentado nos anos 90, no primeiro governo Fernando Henrique quando foi feita a reforma do sistema bancário ( muitos bancos estaduais sumiram ou foram comprados por outros) e quando tentaram inserir no Brasil o mercado da previdência privada. Todos os bancos passaram a vender previdência privada como se fosse a maravilha do século. O plano não deu muito certo, especialmente porque a classe média brasileira melhor remunerada ( que pode pagar previdência privada) tem uma grande parcela de servidores públicos em sua composição.Então, agora a estratégia é acabar com a previdência pública. 


A conversa de diminuir a desigualdade entre os salários da área pública e privada tem como finalidade diminuir os gastos com pessoal para dispor de um orçamento maior para gastar com investimentos ( grandes obras públicas, aquisição de máquinas, aviões, tecnologias sofisticadas, etc), área de interesse das grandes corporações.


Esse é o mundo globalizado em que vivemos. Somos marionetes do sistema financeiro internacional. Infelizmente.








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