Dinheiro que se vai no ralo da ineficiência, do desperdício e do mau uso

O Programa de Redução da Pobreza e Gestão dos Recursos Naturais do Estado do Pará – PARÁ RURAL – previsto para ser executado em seis anos, foi estimado em US$ 100 milhões (DE DÓLARES!) dos quais, US$ 60 milhões seriam decorrentes de empréstimo junto ao Banco Mundial (BIRD) com juros de 6.83% ao ano, e os US$ 40 milhões restantes representariam a contrapartida do Governo do Estado do Pará. Sessenta por cento desses recursos deveriam ser direcionados para o apoio a investimentos produtivos na área rural. Pelos termos do contrato de empréstimo celebrado, em 2005,   com o Banco Mundial, os recursos repassados pelo Banco não poderiam pagar despesas de pessoal e da estrutura administrativa montada para gerenciar o Programa Pará Rural. Essa despesa deveria ser custeada com recursos próprios do Governo do Estado.

Além do apoio ao desenvolvimento rural, com a concessão de empréstimos/ financiamentos para pequenos agricultores, 40% dos recursos do Programa PARÁ RURAL seriam destinados a  02 vertentes: apoio à Gestão ambiental e à  gestão fundiária do Estado. Em razão disso, parte dos recursos do empréstimo foram repassados para a Secretaria de Meio Ambiente e para o Instituto de Terras do Pará.

O Programa terminou em 2014 (embora o governo do estado tenha mantido a estrutura administrativa montada para gerenciar o projeto, agora voltada para outras finalidades). Decorridos 10 anos de sua implantação e gastos mais de 85 milhões de reais (considerando recursos próprios e recursos do empréstimo) o Governo do Estado não apresentou um balanço sobre as ações desenvolvidos e o impacto que teve ou terá na economia do Estado.

A análise das despesas realizadas à conta do `PARÁ RURAL  demonstra que a superestrutura administrativa montada para gerenciar o programa levou a maior parte dos recursos ali alocados. O comparativo dos valores destinados aos empréstimos/financiamentos concedidos aos produtores ( objeto do recursos gastos na unidade gestora, que ficou responsável especificamente pelos investimentos produtivos) com a despesa total evidenciam que os recursos destinados aos tais PIP (projetos de investimento produtivo) correspondem a menos de 20% da despesa:

ANO
Despesa Total
Concessão de empréstimos
2007
853.277,99
0,00
2008
7.149.452,50
0,00
2009
8.745.302,92
0,00
2010
13.908.582,89
5.737.364,29
2011
5.085.029,70
1.651.096,97
2012
5.141.026,08
1.427.517,16
2013
11.688.778,15
4.504.850,26
2014
20.613.062,05
4.732.782,16
2015
9.502.802,22
0,00
2016
2.513.252,93
0,00
TOTAIS
85.200.567,43

15.878.330,85



O Estado vem amortizando esses empréstimo, ano a ano,. Segundo consta no Balanço Geral do Estado, em 2016, o saldo da dívida era de R$  72.378.287,00 (sempre corrigida em dólares):


Ou seja, além dos 85 milhões gastos para manter uma máquina pesada ( despesas com pessoal, alugueis, limpeza, vigilância,  obras de reforma em prédio alheio, contratações de empresa e de consultorias , etc) ainda resta essa enorme dívida a ser paga.


Enquanto isso, os órgãos de controle permanecem mudos...

Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano...

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