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Esse é o Pará que a gente tem...

Fico a cada dia mais estupefata ao ler as notícias do site oficial do Governo do Pará. Situações que deveriam ser consideradas vergonhosas são divulgadas como se fossem dignas de aplauso. Só para citar reproduzo duas dessas matérias : Mutirão beneficia 20 mulheres com cirurgias para retirada de nódulos Mulheres que já aguardavam há algum tempo para retirar nódulos foram beneficiadas por um mutirão de cirurgias de mama, promovido pela Unidade Especializada Materno Infantil (Uremia), na Unidade Hospitalar Jean Bitar. Realizadas pelos mastologistas Marcelo Robson, da Uremia, e Celso Fukuda, do Hospital Ophir Loyola, as cirurgias são pouco invasivas, feitas em pouco tempo e com anestesia local. Vinte mulheres trataram lesões benignas e fizeram exames para diagnóstico precoce, no último sábado (14). Maria Suely Cristina dos Santos, 40 anos, moradora do bairro do Coqueiro (município de Ananindeua), foi uma das beneficiadas. Ela já havia feito biópsia, que apontou um nódulo benig

Belém do abandono

Na viagem de retorno do sul do país, em junho deste ano, sentei ao lado de uma senhora muito agradável, aposentada, residente em Porto Alegre que vinha pela primeira vez a Belém. Durante o voo, conversamos sobre Belém e era visível a     expectativa positiva dela em relação a cidade. Eu, constrangida, tentava não falar mal da nossa cidade, mas ao mesmo tempo não conseguia ratificar as qualidades de Belém, citadas por ela, sem sentir que estava faltando com a verdade.   Como dizer a ela que é praticamente impossível andar em nossa cidade, sem correr o risco de ser assaltada a cada esquina? Como prepará-la para a visão de uma cidade abandonada, onde uma das avenidas mais centrais e, com certeza, a mais bonita, a Avenida Nazaré, tem suas calçadas permeadas por buracos e ocupadas por ambulantes, que ali chegam e se instalam sem serem incomodados por ninguém? Como dissuadi-la de passear na Praça da República, pois lá os espaços estão ocupados por drogados e   desocupados? Como justif

Controle social- se simplificar vai melhorar!

Fala-se de controle social como se isso fosse o remédio para todos os males que assolam o País, como se o cidadão, que mal tem acesso a uma educação básica de qualidade sofrível, fosse capaz de decifrar o que tem por baixo dos números expostos nos portais da transparência. Tarefa tão   árdua e difícil que nem os órgãos de controle ( tribunais de contas, controladorias, auditorias gerais, polícia federal, ministérios públicos) dão conta de fazer de forma rápida, certeira   e tempestiva. No Brasil da Teoria, os cidadãos fiscalizam os gastos públicos; participam dos Conselhos Sociais (Conselhos de Saúde, Conselho de Assistência Social, Conselho do FUBNDEB, etc); têm acesso a todas as informações sobre a execução da despesa; fiscalizam as licitações, a merenda escolar, a prestação de serviço nas Unidades de Saúde da Família, os serviços de assistência social e de educação;  são co-responsáveis pela gestão dos recursos; acompanham a gestão e aprovam as contas do Gestor ( Secretários

FaltaTransparência. Sobra inércia.

Muito se fala em transparência da gestão pública e em controle social. É fato que o Brasil tem avançado no quesito transparência, principalmente a partir da edição da Lei Complementar 131/2009, ou “ Lei   Capiberibe", que acrescentou dispositivos à lei de Responsabilidade Fiscal obrigando os entes da Federação (União, Estados e municípios) a disponibilizar em tempo real, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público.   A lei estabeleceu prazo para implantação dos denominados portais da transparência, de acordo com o número de habitantes dos municípios: I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes;  II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;  III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.  O prazo para implantação de porta

Brasil, o país da Teoria!

A cada dia mais me convenço que vivemos num país de mentirinha, feito para inglês ver, como diziam antigamente. Na teoria tudo é divino, maravilhoso, basta ler a nossa Constituição- plena de direitos que muitas vezes não chegam à maioria da população. Maior exemplo disso é o Programa do Ministério da Saúde- Programa Saúde da Família, atualmente denominado “Estratégia Saúde da Família. Esse Programa foi concebido em 1994 com o objetivo de mudar a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença. O PSF foi criado para alterar o paradigma voltado às doenças, baseado no hospital, para o de promoção de saúde, prevenção de doenças e cuidado às doenças crônicas. A chamada Atenção Básica de Saúde.  Segundo o Ministério da Saúde, a Estratégia Saúde da   Família, é operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma áre