Dinheiro que vai pelo ralo

Enquanto os alunos e professores fazem greve por melhores salários e melhores condições de estudo, a SEDUC faz a festa das empresa de consultoria de fora de Belém. Tudo com recursos do empréstimo do BID, como o blog vem denunciando há tempos: Já passaram por aqui a VUNESP, a Fundação Roberto Marinho, as gráficas ligadas a essa fundação. Agora são as empresas de consultoria da área de engenharia, de gestão pública e por aí vai. O dinheiro do empréstimo vai saindo ligeiro pelos canos da SEDUC. 

Ao invés de utilizar esses recursos para consertar as escolas que estão caindo aos pedaços, para capacitar os professores, para honrar com o piso nacional da educação básica, o Governo Jatene vem usando o dinheiro para pagar serviços de difícil mensuração de custos e resultados Em razão dessas especificidades, os contratos de consultorias deveriam ser examinados com muito cuidado pelos órgãos de Controle, caso isso existisse no Estado do Pará!

Nos dois últimos anos, a SEDUC contratou as seguintes consultorias ( não considerando aquelas anteriormente citadas):

1. Contratação de Serviços Técnicos Especializados em Gerenciamento para apoio ao Escritório de Projetos, na Gestão de Projeto de Melhoria da Qualidade e Incremento da Cobertura da Educação Básica no Estado do Pará 
Contratado: Consórcio Leme ( Tractebel Engenhering Ltda) – Herkenhoff  & Prates (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento de Minas Gerais)– Agenda Pública 
Preço Global: R$ 12.572.270,87 

2.Serviços de Consultória Técnica Especializada em Supervisão e Gerenciamento de Obras de Construção, Reforma e Ampliação de Unidades Escolares/Administravas da Rede Estadual do Pará. Contratado: Consórcio EGIS Bâtiment (França) / EGIS Engenharia e Consultória Ltda (Brasil) / Encibra S.A Estudos e Projetos de Engenharia / HIGH TECH Consultants Ltda. 
Valor: R$ 8.825.986,53.

3. Consultoria para desenvolver Serviços Especializados de Monitoramento e Avaliação para as atividades do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa - PNAIC 
Contratado: Consórcio IDECA/FCAV (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e de Ação Comunitária IDECA / Fundação Carlos Alberto Vanzolini-FCAV) Valor: R$ 4.552.647,27 (Quatro milhões, quinhentos e cinquenta e dois mil seiscentos e quarenta e sete reais e vinte e sete centavos).

Para se ter uma ideia dos valores envolvidos nestes contratos, basta compará-los com contratos de reforma e construção de escolas:

Execução de Obras de Reconstrução da EEEF. Leandro Lobão da Silveira; Construção da EEEF. Domingas da Costa Sousa. 
Preço Global: R$ 8.058.199,24 (Oito milhões, cinquenta e oito mil, cento e noventa e nove reais e vinte e quatro centavos).

Quatorze ( 14) obras de reforma e construção de escolas....R$ 39.000.000,00

Reforma e ampliação da escola Terezinha de Jesus Rodrigues ......2.500.000,00.

Considerando um valor entre 2.500.000,00 e 3.000.000,00 como o preço médio para reformar uma escola, com os recursos destinados às consultorias da área de projeto e Engenharia poderiam ter sido reformadas/ampliadas umas 10 escolas. 

Resta saber que serviços de consultoria são esses pagos a preço de ouro e à custa do suor do povo do Pará e que resultados efetivos trarão para a educação de nosso Estado. Se depender da propaganda do Governo e das empresas contratadas todos passaremos a acreditar que tudo está maravilhoso embora o resultado das avaliação do MEC desmintam o que dizem.

A falácia desse pessoal é impressionante! Vejam o que a empresa Herkenhoff  & Prates publicou em seu site em 13/03/2018, sob o título "Educação no Pará apresenta melhorias significativas":

O Consórcio Pró-educação, formado pelas organizações Tractebel, Herkenhoff & Prates e Agenda Pública, está estruturado e atuando em Belém/PA há cerca de 12 meses no apoio ao Escritório de Projetos (EP), da Secretaria de Estado da Educação do Pará (SEDUC/PA). O órgão é responsável pela implantação do Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica – ação política do Governo do Estado que congrega instituições públicas e privadas de vários setores. 

O programa trabalha de forma a elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Estado, atuando na infraestrutura da rede escolar (reforma, ampliação e construção de novas escolas) e, por meio de monitoramento, avaliação de desempenho e gestão escolar, na qualificação de professores. Seus resultados já vêm se expressando com o último Censo Escolar da Educação Básica, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Dentre esses resultados, destaca-se a taxa de distorção idade-série, que representa a quantidade de alunos cursando a série escolar indicada para sua faixa etária: entre 2010 e 2017, o Ensino Fundamental paraense nas redes pública e privada registrou uma redução de quase 10% na taxa de distorção.

Como todos sabem nosso Estado continua dentre os últimos colocados no ranking do IDEB!

O Governador do Estado, também mestre na arte de sofismar, teve a coragem de se intitular ousado por levar o antigo Telecurso para comunidades rurais, dizendo que está usando a tecnologia para ampliar a educação quando sabe muito bem que se é difícil para qualquer aluno médio estudar à distância imagina para alunos que estão com dificuldade de aprendizado. Esse tal SEI-Sistema Educacional Alternativo- atende apenas ao Governo que tem números para exibir, números que não correspondem à realidade educacional do Estrado. 

Enquanto isso... Tribunal de Contas, Ministério Público e até mesmo Deputados da Oposição permanecem mudos.

Ah! Uma Operação Lava Jato aqui no Pará!

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