Controle social- se simplificar vai melhorar!


Fala-se de controle social como se isso fosse o remédio para todos os males que assolam o País, como se o cidadão, que mal tem acesso a uma educação básica de qualidade sofrível, fosse capaz de decifrar o que tem por baixo dos números expostos nos portais da transparência. Tarefa tão  árdua e difícil que nem os órgãos de controle ( tribunais de contas, controladorias, auditorias gerais, polícia federal, ministérios públicos) dão conta de fazer de forma rápida, certeira  e tempestiva.

No Brasil da Teoria, os cidadãos fiscalizam os gastos públicos; participam dos Conselhos Sociais (Conselhos de Saúde, Conselho de Assistência Social, Conselho do FUBNDEB, etc); têm acesso a todas as informações sobre a execução da despesa; fiscalizam as licitações, a merenda escolar, a prestação de serviço nas Unidades de Saúde da Família, os serviços de assistência social e de educação;  são co-responsáveis pela gestão dos recursos; acompanham a gestão e aprovam as contas do Gestor ( Secretários Municipais, Prefeitos).

No Brasil real, e especialmente no Pará real, os conselheiros não conseguem exercer suas atribuições, seja porque não têm interesse em bater de frente com o Prefeito, que é o maior e muitas vezes o único empregador do município;  seja porque são representantes de uma associação de classe alinhada politicamente com o Prefeito; seja porque não tem tempo e nem preparo técnico para analisar os documentos e analisar a gestão; seja porque não tem acesso às informações sobre a execução da despesa ao longo do exercício, só tomando conhecimento das contas quando chamado às pressas pra aprovar a prestação de contas sob o argumento de que não se não for aprovada naquele dia o município deixará de receber os  recursos.
 
A verdade é que a transparência, que fomenta o controle social, precisa avançar mais- Não basta fazer eventos de capacitação para os conselheiros, não basta divulgar QUANTO SE GASTA. è preciso  sim divulgar COMO SE GASTA! Trocando em miúdos: Não basta colocar nos portais quanto o Governo gastou com a rubrica “Obras e Instalações” é preciso colocar em cada escola que será construída e reformada  a planilha detalhada dos serviços que serão executados, para acompanhamento pela comunidade.  Não basta dizer quanto se gasta com a merenda escolar é preciso tornar público em cada unidade escolar o resultado da licitação, especialmente e o preço e o quantitativo dos diversos itens licitados. É preciso informar COMO o município gastou o dinheiro do FUNDEB. Não basta informar quanto se gastou em saúde, é preciso colocar em cada unidade de saúde a relação dos servidores contratados, com turnos e jornadas de trabalho, para conhecimento e fiscalização da população. Não basta colocar nos demonstrativos contábeis quanto gastou com remédios é preciso disponibilizar informações sobre o quantitativo e preço dos medicamentos adquiridos, bem como o quantitativo de remédios distribuídos para cada unidade de saúde.

A divulgação dessas simples informações com certeza facilitará ao cidadão comum cobrar uma melhor prestação de serviços.

Postagens mais visitadas deste blog

Calote na Saúde Estadual?

Emendas parlamentares- é preciso abrir essa caixa preta!

Dinheiro fácil ...para alguns