A imunidade dos poderosos, a inércia dos homens de bem e a capacidade de reação


Em nosso Estado diariamente são noticiados nos meios de comunicação casos de corrupção: Prefeitos que roubam a merenda das crianças, desviam medicamentos, engordam suas contas bancárias com dinheiro dos nossos impostos; desvios de recursos na folha de pagamento da Assembléia Legislativa; nepotismo cruzado entre o Poder Executivo e o Legislativo; repartição de cargos entre os partidos ;  deputados e senadores envolvidos em casos de corrupção; esfacelamento da máquina pública inchada por temporários apadrinhados; conluio entre empresários e governantes e por ai vai... Por outro lado nunca são noticiados casos de prisão desses malfeitores, muito pelo contrário, o que mais se vê são os pilantras felizes e sorridentes dando entrevistas e falando da grande injustiça de que foram vítimas. E assim  todos temos a triste percepção de que nunca veremos esse quadro mudar e, o que é pior, uma parte da população passa a querer cada vez mais fazer parte do mundo desses privilegiados que enriquecem roubando os cofres públicos, curtindo a vida adoidado com a garantia da impunidade e a certeza de que essa riqueza e condição social será passada para as suas próximas gerações, graças a engrenagem que os sustenta: um sistema de leis elaborado para proteger aqueles que podem pagar e pagar caro e uma sociedade individualista, arcaica, sem uma educação formal que a capacite para enfrentar os podres poderes constituídos.
           No universo daqueles que tem acesso a educação de qualidade e a informação, a inércia dos homens de bem e a lógica capitalista mantém e alimentam o sistema corrupto: Ninguém deixa de falar e nem de conviver socialmente com os bandidos de colarinho branco, que desfilam impunes em seus carrões que valem milhares de dólares; o “beija mão” continua nos salões dos clubes da elite e  nos restaurante caros  freqüentados pela “alta roda”, embora nos bastidores todos comentem a origem de tanta riqueza. Afinal, se uma boa parte do dinheiro que circula em nosso Estado e que alimenta a cadeia produtiva ( especialmente no mercado de luxo) vem desse  segmento dane-se a ética, a moral, os pobres e os desvalidos!
          No andar de baixo, o povo oprimido, sem acesso ao mínimo garantido pela Constituição, sofre calado e conformado, já que não enxerga saída para essa situação. As bolsas famílias, bolsas trabalhos e outras bolsas que não se pode nominar calam seus gritos, acorrentam suas almas.  Até quando nosso passado de gente espoliada pelo colonizador voraz e feroz nos impedirá de reagir? Até quando nossos educadores continuarão sem compreender a grandeza de seu papel na sociedade?   Quando esses educadores, à revelia do sistema dominante e institucionalizado, passarão a ensinar ao nosso pobre e espoliado povo o caminho do verdadeiro desenvolvimento, que passa pela trilogia que conduziu a revolução francesa : “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”!?

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