Primeiras impressões

Depois de uma longa pausa, quando aproveitei para refletir sobre a pertinência de manter este blog, eis que um artigo na revista Veja ( Na Veja, ora vejam só!) voltou a despertar em mim a vontade de escrever sobre o  momento político pelo  qual passa nosso Pais e, particularmente, nosso Estado.
O artigo de J. R. Guzzo, intitulado “As cotas de Brasília”, discorre sobre a distribuição de cargos “de porteira fechada” entre os partidos políticos, no Governo Federal. Assinala que “não passa pela cabeça de ninguém, nem de longe, reivindicar qualquer cargo por ter idéias sobre como tocá-lo, ou melhor, por ter algum projeto em relação a ele; exige-se o lugar simplesmente porque ele faz parte da “cota”  de um grupo “aliado”. O redator comenta, estarrecido, a naturalidade como essas repartições de cargos são tratadas...a luz do dia, em português claro, sem disfarce! 
Eu, também, aqui na Terrinha, diariamente leio nos jornais e nos blogs os acordos feitos pelo atual Governador para fechar a composição de seu Governo. Não parece que é hora de arregaçar as mangas e escolher os melhores para administrar o Estado e sim que é hora de fechar acordos visando dominar o cenário político paraense e colocar em xeque seu inimigo histórico, o Partido dos Trabalhadores.  O pior é que,  em virtude desses acordos, ao Governador eleito para comandar o Estado só restaram alguns poucos cargos ditos estratégicos para preencher.  O resto foi disputado a tapas pelos aliados da hora. E, nessa disputa, quanto maior o orçamento da Pasta, maior a quantidade de tapas e penas...!
Vendo isso, fico a me perguntar como será possível buscar a eficiência da máquina pública se o dirigente maior não pode nem escolher livremente aqueles que juntamente com ele comandarão a administração pública estadual nos próximos quatro anos.  Lembro que o PT, neófito no governo estadual, buscou guardar para si a maior parte do bolo, inclusive indicando aqueles que ocupariam o cargo de secretario adjunto e alguns outros cargos estratégicos (tipo Diretor Financeiro ou Chefe das Licitações) naquelas Secretarias que entregou ao PMDB e a outros partidos de menor expressão. Além disso, deu super poderes à Secretaria de Governo (leia-se Cláudio Puty) e aí deu no que deu: Cada um puxava para um lado e a máquina não andou de jeito nenhum.
Entretanto, entregar de “porteira fechada” significa delegar a outros seu poder de mando  e fazer um governo sem “cara” ou com a cara dos outros. E, a experiência tem mostrado que, no mundo político, a cara dos outros pode ser bem feia!...
Nesse cenário caótico, onde o poder legislativo busca a todo custo se apropriar do executivo (dono do cofre) resta ao Governador inteligente e  bem intencionado:
 1)  Planejar com muito cuidado as ações prioritárias, que impactarão positivamente na vida e na alma dos cidadãos, usando o primeiro ano de mandato para aprovar as leis e os projetos que tornarão possível o desenvolvimento dessas ações ;
2) Nunca esquecer  que o dinheiro do orçamento existe para melhorar a vida da população e não para enriquecer político desonesto;
3)  Esquecer  a máxima de que a reeleição  é certa quando se consegue  eleger o maior número possível de prefeitos do partido do Governador;
4) Lembrar todo os dias para  a Secretaria de Comunicação que a propaganda boa e honesta é a alma do negócio;
5)  Acreditar firmemente que a população está mais consciente na hora de votar ( pelo menos para  Chefe do Poder Executivo) e que por isso é preciso mostrar serviço!
Resta agora esperar para ver se o Governador vai se mostrar inteligente e bem intencionado...

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